Os mitos à volta da cozinha, apenas me desafiam a entrar num ambiente que sempre gostei. Comer é um prazer, um acto social. Gosto de experimentar novos sabores e novas formas de cozinhar. Recordo os cheiros e sabores da infância, assim como após as minhas viagens venho para casa tentar reproduzir ou adaptar pratos que provei de outras culturas. Ouse e surpreenda os seus convidados ou a si próprio. Cozinhe,... sem tabus!


quarta-feira, 30 de junho de 2010

Salada de Lentilhas, Anchôvas, Atum e Outros


O meu legume de partida foram as lentilhas, depois tive de inventar o que juntar nesta salada, mais uma para o nosso maravilhoso Verão.

Ingredientes:

200 gr de lentilhas secas
1 lata de atum
1 lata de anchôvas
Meia laranja vermelha
8 rodelas de beterraba cozida ou de conserva
Um pouco de feijão verde cozido
Algumas azeitonas às rodelas
Algumas alcaparras
Algumas maçarocas de milho miniatura (ou milho doce)
Uns quantos frutos secos (nozes, amêndoas ou passas,....)
Alface


Preparação:

Coloque as lentilhas de molho umas horas, e coza-as em água com sal. Quebre a cozedura com água fria e escorra-as. Depois misture os restantes legumes, envolva e tempere a gosto, com azeite, vinagre balsâmico, limão, vinagrete ou outro molho de sua preferência.

Disponha nos pratos sob uma cama de folhas de alface. Bom apetite.


terça-feira, 29 de junho de 2010

Tomates com Ovos


Quando há abundância de bons tomates e bem maduros, não dispenso uns bons tomates com ovos. São simples de fazer e gosto de acompanhar com peixe (frito, assado, barrinhas de pescada).

Não sou muito rigoroso nas quantidades, basicamente em função do número de pratos a servir escolho o tacho e os ingredientes vão a olho para lá.

Ingredientes: (para duas refeições, quantidades aproximadas)

1 cebola grande
meio pimento verde
1 kg de tomate maduro
2 ovos
azeite
sal

Preparação:

Pique a cebola grosseiramente de modo a cobrir bem o fundo do tacho. Pique também o pimento da mesma forma de modo a cobrir 1/2 fundo do tacho. Regue com uma boa quantidade de azeite. Deixe refogar em lume médio, até a cebola e pimento ficarem translúcidos.

Junte em seguida os tomates sem pele cortados também em bocados grosseiros. Aproveite todo o líquido e sementes deles. Tempere de sal, mexa e tape para cozer. Vigie e mexa de vem em quando.

Se os tomates forem bons não precisará de adicionar água, o caldo deste prato virá integralmente deles.

O tempo de cozedura é aproximadamente 10 minutos. Se vir que fica seco adicione meio copo de água quente. Tente evitar juntar água, use tomates bem maduros, daqueles muito vermelhos e já a ficarem moles. O caldo só à base do tomate ficará mais rico.

Por fim use um ovo bem batido por pessoa. Deite os ovos em fio para o tacho em movimentos circulares. Tape e deixe cozer mais 2 minutos. Com um garfo faça cortes na vertical e na horizontal para separar os ovos que cozeram no molho de tomate. 

Este prato é um dos poucos em que coloco mais sal do que devia (acho que não deveria estar a dizer isto,... a bem da saúde.)  Como à colher e a parte líquida do molho é uma delícia.

Acompanhei com uns bocadinhos de bacalhau fritos num polme, na foto parecem pataniscas mas não são.


 


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Peixe Espada Preto com Sementes de Sésamo


Quem não gosta de peixe, sobretudo grelhado não sabe o que perde. Já tinha saudades de umas postas de peixe espada preto. Juntei umas sementes de sésamo no momento de grelhar e aqui está.

Ingredientes:

Postas de peixe espada preto para grelhar
Sementes de sésamo
Alcaparras
Azeitonas pretas às rodelas
Feijão verde cozido
Azeite
Sumo de limão
Sal

Preparação:

Tempere as postas com sal. Antes de grelhar, passe-as por cima de sementes de sésamo dispostas num prato. Não são necessárias muitas para não ficar exagerado. Em seguida grelhe as postas numa chapa anti-aderente.

Acompanhe com feijão verde cozido misturado com umas quantas azeitonas pretas descaroçadas e algumas alcaparras. Tempere tudo com sumo de limão e azeite. Está pronto a servir.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Perna de Borrego no Forno


Esta perna de borrego é um assado para fazer com tempo.

Ingredientes:

1 perna de borrego com 1,5 a 2 kg
1 cebola
6 dentes de alho
3 colheres de sopa de margarina culinária
1 fio de azeite
1 copo de vinho branco
pimenta em grão
2 folhas de louro


Preparação:

Limpe bem a perna eliminando as gorduras visíveis. Num almofariz desfaça os dentes de alho com o sal e junte a margarina e as folhas de louro partidas em bocadinhos. Barre a peça com esta mistura de véspera ou pelo menos com uma hora e meia a duas horas antes de ir para o forno.

Faça uma cama de cebola cortada em quartos grosseiros. Disponha a perna temperada por cima. Regue com azeite, junte grãos de pimenta e as ervas aromáticas e regue com o vinho branco. Leve a assar a 200º cerca de uma hora.

Sirva a perna fatiada acompanhada de um pouco de cebola e salada de legumes frescos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Salada de Feijão Frade


Para mim as saladas não obedecem a muitos rigores de quantidades. Penso que cada um deve dosear os legumes que mais gostar na proporção que entender. Assim, não indico quantidades, apenas o que usei nesta salada de feijão frade. O Verão está aí, apetecem saladas.

Ingredientes:

Feijão frade cozido
Azeitonas descaroçadas às rodelas
Tomate maduro em cubos
Maçarocas de milho miniatura
Pimento vermelho assado
Legumes verdes (alface, rúcula, canónigos, ...)
Óregão secos
Azeite
Sumo de limão


Preparação:

Misture os legumes e tempere com sumo de limão, azeite e óregãos secos. O sal como já referi noutras receitas, não o uso nas saladas.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Entradas Variadas


A imaginação de cada um de nós é o ingrediente para estas entradas variadas. São uma espécie de canapés à la minute. Em vez de ter as mini tostas disponíveis para cada um barrar com o que lhe apetecer, decidi eu mesmo o que é que era possível mordiscar.

Ingredientes:

Mini tostas
Acompanhamentos a seu gosto (por exemplo: surimi com maionese, tomate cherry amarelo e vermelho, pimento com anchova, roledas de alho francês, azeitonas, orégãos, coentros, folhas de rúcula, alface escura, etc...)

Use a imaginação e os ingredientes que tiver disponíveis. Numa travessa ofereça as várias opções. Cada conviva ao ver a variedade vai-se sentir tentado a experimentar as várias combinações.

Boas entradas,.... sem tabus,... e com muita imaginação.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Queijo Curado com Abacate e Tomate Cherry no Forno


Que destino dar a um abacate solitário? Antes de o descascar e provavelmente acabar por o comer à colher com um pouco de sumo de limão, pense em algumas alternativas.

Pois o dito abacate tinha mesmo a "sina" de não ser comido como peça de fruta. Ficou para uma entrada.

Ingredientes: (para duas pessoas)

1 abacate
4 rectângulos de queijo curado
5 tomates cherry
sumo de meio limão
sal
orégãos
um fio de azeite
um fio de vinagre balsâmico

Preparação:

Existem uns tomates cherry um pouco maiores, tipo o diâmetro de uma moeda de 2 Euros. Corte ao meio cinco desses tomates. Em cada metade tempere com uma pitada de sal grosso e orégão secos. Leve ao forno por cinco minutos após regar com um pequeno fio de azeite. Devem ficar ligeiramente assados mas não em demasia senão desfazem-se.

Entretanto enquanto tem o forno ligado descasque o abacate e regue com sumo de limão. Em pratos individuais disponha o abacate e o queijo em fatias alternadas. Deite um fio de vinagre balsâmico na orla do fruto.

Retire os tomates semi-assados e coloque no prato. Sirva-os ainda mornos.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Frutos do Bosque com Suspiro e Natas


Só precisa mesmo de suspiros, natas batidas e frutos silvestres. Agora imagine camadas sobrepostas. Que delícia!

Ingredientes:

2 embalagens de suspiros
2 pacotes de natas (200 ml cada)
1 embalagem de frutos silvestres congelados
1 embalagem de um fruto do bosque fresco da sua preferência (framboesas, mirtilos, amoras, groselhas, ...)

Preparação:

Tem duas alternativas para dispor esta sobremesa.

Primeira opção: num tabuleiro de louça.
Segunda opção: directamente nas taças de servir.

Esmague os suspiros grosseiramente, com as mãos. Comece com uma camada de suspiros. Deite por cima uma camada de natas bem batidas e a seguir espalhe frutos silvestres. Repita as três camadas e no final para ficar mais rico em cor, junte o fruto silvestre fresco da sua preferência. Leve ao frigorífico pelo menos 1 hora antes de servir.

Se preferir monte directamente nas taças de servir como foi o caso da foto de hoje. Para tal usei o saco de pasteleiro já que não é fácil espalhar natas sobre algo tão leve como os suspiros.

Se não for envergonhado(a) acredito que vá perguntar "Posso-me servir de novo?". Espero que gostem e testem esta sobremesa. Este pequeno brilharete faz-se num estalar de dedos.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Salmão no Forno com Batatinhas Novas


Hoje temos umas postas de salmão no forno com batatinhas novas acabadas de colher, vindas da terra dos meus familiares. As batatas nem retirei a casca de tão fina que era. Perfumei com o endro que me sobrou (e congelei) da receita da soja com camarão e goji.

Ingredientes: (para 2 pessoas)

2 postas de salmão
1 cebola
14 a 16 batatinhas novas com pele
1 folha de louro
2 hastes de endro
azeite
vinho branco
sal

Preparação:

Corte a cebola em rodelas e disponha no fundo de um tabuleiro. Lave bem as batatas e salpique-as com sal grosso. Tempere também o salmão com um pouco de sal. Disponha o peixe por cima da cama de cebola, coloque as batatas à volta. Corte a folha de louro em quatro partes e junte também o endro. Regue com azeite e uns salpicos de vinho branco. Vai ao forno uns 25-30 minutos. O endro perfuma bastante os pratos de peixe.

O azeite ficou óptimo para molhar bocadinhos de pão. Deixo ainda uma foto antes da entrada no forno.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Salada d' Água


Não é uma salada, não é uma sopa nem um gaspacho. É um pouco dos três. A minha baptizada salada d´água é daquelas sugestões para os dias quentes de Verão em que apetece uma refeição leve e fresca. Excelente quando o frigorífico está vazio ou não nos apetece ligar o fogão.

Esta salada prepara-se num ápice e no meu caso gosto de acompanhar por exemplo com sardinhas de conserva. Portugal já teve uma enorme indústria conserveira que actualmente está praticamente morta, infelizmente. Nos meus tempos de estudante do secundário fiz um trabalho (penso que no 10º ano) sobre o ciclo produtivo de uma fábrica de anchovas. Sim, anchovas. E só preparavam aquele tipo de peixe mais nada. Aquelas com a alcaparra enrolada no meio, simples e com alguns "floreados". Era uma unidade industrial que empregava cerca de vinte e tal pessoas e 95% da produção era exportada. Fiz imensas fotos de todo o ciclo, a salmoura, o embalamento, etc... Passados poucos anos a referida fábrica encerrou como tantas outras. Hoje em dia já raramente se vê conservas de anchovas nas prateleiras dos supermercados.

Como hoje não houve companhia, fiz apenas para uma dose individual.

Ingredientes:

2 tomates
1/2 pimento verde
1/2 pepino pequeno
cebola (opcional)
sal grosso ou flor de sal
vinagre de vinho branco
orégãos secos
água fresca

Preparação:

Limpe os tomates das sementes e do seu líquido. Pique em pequenos cubos. Se não gostar da pele do tomate retire-a previamente. Na minha opinião pessoal mantenho a pele porque fica mais crocante ao mastigar.

Corte também o pepino e o pimento em cubinhos do mesmo tamanho do tomate. Junte tudo num recipiente fundo. Tempere com um boa porção de azeite, com bastante vinagre e orégãos à descrição. Adicione sal grosso ou flor de sal.

Envolva com uma colher e por fim junte água fresca do frigorífico. Deve cobrir os legumes e ainda um pouco mais. Penso que pela foto é perceptível a proporção a utilizar.

Eu que até consegui eliminar o sal das saladas, nesta confesso que tenho de sentir bem todos os temperos. O caldo deve sentir-se ligeiramente avinagrado um bom azeite e bastantes orégãos encerram esta receita. Também costumo juntar cebola na mesma versão em cubinhos mas hoje optei por suprimi-la.

Sirva no prato de sopa ou em tacinhas. A cada colherada parece que está a saborear uma sopa, mastigar uma salada e os sabores de um gaspacho. Seguramente um pouco dos três.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Bolo de Lúcia-Lima e Azeite



Uma mistura menos convencional para um bolo convencional... Lúcia-lima fresca e azeite perfumam este bolo. Esta erva muito utilizada nos chás/infusões também é conhecida como Erva-Luísa ou Limonete, pelo seu aroma parecido ao limão mas mais suave. Tal como a camomila tem propriedades calmantes e em chá a lúcia-lima é muito agradável. Na minha opinião é "prima" da erva príncipe que já aqui mostrei, não em chá, mas num caril tailandês de peixe.

Ingredientes:

10 a 15  folhas de lúcia-lima fresca
1 colher de sopa de mel
4 ovos
2 chávenas de açúcar
2 1/2 chávenas de farinha com fermento
1 chávena de infusão de lúcia-lima
1/2 chávena de azeite

Preparação:

Comece por preparar uma infusão com as folhas frescas de lúcia-lima. Deixe ferver lentamente por alguns minutos e deixe repousar com as folhas lá dentro até ficar morno. Após desligar o lume junte uma colher de sopa de mel. Prepare a quantidade que lhe dê para uma chávena de infusão.

Bata bem as gemas com o açúcar, junte a meia chávena de azeite e a chávena de infusão de lúcia-lima (usei a chávena mal cheia). Adicione a farinha peneirada e por fim as claras em castelo.

Barre uma forma de buraco no meio com manteiga e cubra com açúcar em vez de farinha. Assim o bolo ficará com uma crosta crocante. Coza o bolo a 180º por 40 minutos aproximadamente. Teste com um palito.

Quando o provar sentirá de imediato o aroma a azeite mas, nota-se também que há mais qualquer coisa que enriquece o perfume deste bolo convencional. Para os nossos lanches a meio da manhã ou ao de fim da tarde.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Simplesmente Figos


No primeiro fim-de-semana de Junho provei os primeiros figos do ano. Hoje a receita não leva açúcar, nem farinha, muito menos canela. Não precisa de sujar tachos e panelas, porque são... simplesmente figos.

Na minha família sempre tive acesso fácil a figos e se me perguntarem os três frutos que mais gosto diria sem dúvida: cerejas, morangos e figos (sem qualquer ordem de preferência). Adoro saborear os figos acabadinhos de sair do frigorífico.

Recordo-me de em criança uma das minhas avós me convidar com alguns dias de antecedência e dizia-me: "Filho, amanhã vamos apanhar os figos... vens com a avó." Aquilo não era uma pergunta, nem uma ordem, era um facto. E eu adorava ir sózinho com ela a uma determinada parcela de terra que tinha essencialmente figueiras. Como qualquer criança trepava pelas árvores acima e mesmo a ouvir a avó dizer: "Se não desces já daí para o ano que vem ficas em casa...". E assim me recordo dos primeiros calores de Junho e de testar o sabor dos figos junto à figueira.

Para perceber a importância das figueiras na família, o meu pai actualmente (e seguramente pela influência dos meus avós), tem junto sua residência sete figueiras, enquanto que outras árvores o mais que se repetem são duas oliveiras. Além destas sete para consumo doméstico, tem um campo onde plantou umas 40 a 50 figueiras. Teria eu uns 13 anos e ajudei-o a plantá-las, hoje estão umas árvores enormes (são como que as suas coqueluches) e o que delas colhe comercializa.

A figueira requer muito poucos cuidados, praticamente nenhuns além da poda. Os melhores figos vêm de árvores que não são regadas e que vivam em terrenos de sequeiro, terrenos irregulares, com algumas rochas à mistura. A árvore tem uma enorme capacidade de procurar e reter água.

Quanto às espécies que conheço e que tenho acesso: o figo lampo pardo, lampo preto, pingo d'mel e o figo dos caçadores (não sei o nome da espécie, mas foi-lhe dada a alcunha à figueira dos caçadores porque os seus figos são de Setembro, época da caça e sempre testados pelos senhores de tal desporto. As cascas à volta da árvore e os cartuxos de pólvora das caçadeiras à volta de uma figueira dessas ter-lhe-ão dado a alcunha).

Os primeiros a aparecer são o lampo pardo, durante o Junho até dia 20 mais tardar. Também durante Junho vem depois o lampo preto, aqueles que tem a pele como se fosse uma beringela. Em Julho os pingo d´mel são de cor verde muito claro, alguns amarelos e dos mais doces entre todos, alguns costumam revelar uma gota de uma calda/resina derivado da elevada concentração de açúcar, daí o seu nome pingo d'mel. Em final de Agosto e início de Setembro algumas árvores dão uma segunda camada de figos. Por fim a tal figueira dos caçadores só começa a dar fruto lá para 15 de Setembro. Conta o meu pai que em anos que o Verão se prolonga, já teve figos no 5 de Outubro. Estes figos tardios, são excepcionais, são de casca verde alface mas por dentro são de um vermelho muito vivo, tal qual o morango. O seu sabor é um ligeiramente agridoce, como se lhe tivéssemos colocado duas gotinhas de limão. São óptimos porque saboreiam-se numa altura que já se pensa que... figos só para o ano que vem...

Quanto a receitas de figo, até hoje fiz muito pouco. Lembro-me de ter preparado um tarte em que a cobertura eram figos às rodelas, já usei em entradas com queijo, são bons nas saladas, na salada de fruta. Nunca fiz doce de figo (curioso!), para quem até consegue ter figos com alguma facilidade! Para mim eles já tem uma história de família, já nasci e cresci com figueiras por perto, daí talvez o facto de os apreciar no melhor que eles são,... simplesmente figos.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Batatas Lyonesas


Esta receita foi preparada para participar no desafio da Isabel no seu blogue "Receitas da Belinha Gulosa" que está a comemorar o seu terceiro ano de "blogueira" ou "bloguista" (???). Os parabéns.

Como o desafio propunha alguns ingredientes, eu agarrei a "batata" e aqui vai o meu espírito participativo. A Isabel prometeu-nos um livro em PDF com a colectânea das receitas deste desafio. Cá ficamos à espera das maravilhosas sugestões das(os) colegas blogueiros!

Antes de passar à receita, um pouco da história destas batatas. Chamei-lhes batatas Lyonesas porque foram de inspiração na cidade francesa de Lyon. No Verão passado (está agora a fazer um ano em Julho) nas minhas férias fiz uma escala num voo em Lyon. Programei as coisas e aproveitei para ficar na cidade dois dias e meio. Como segunda maior cidade francesa, gostei bastante da sua envolvência entre dois rios, os monumentos, a cidade velha, etc...

Foi exactamente na parte mais antiga e histórica de Lyon - a cidade velha - que se encontra a maior concentração de restaurantes, ruas com algum ar medieval, igrejas e muitos turistas. Os restaurantes proliferam em esplanadas. Fiquei deveras impressionado com a cozinha da cidade, à primeira vista parece muito pesada, com muitos enchidos, pernil, dobrada, feijoadas, muita utilização de carne de porco e tudo parecia ser demasiado gorduroso. Depois com mais calma na mesa dos restaurantes, escolhem-se coisas que acabam por nos surpreender. No meio de um prato aparentemente "pesado", uma boa salada desenjoa. Neste contexto vi e comi umas batatas que iam com muita frequência para as mesas, eram servidas numas travessas individuais de barro e via-se que tinham sido acabadas de tirar do forno. Não perguntei a receita mas deduzi por mim mesmo como eram feitas. Não prometendo que sejam iguais às originais, aqui vai a receita.

Ingredientes:

8 batatas médias
1 embalagem de "base para molho de cogumelos"
1 pacote de natas (200 ml)

Preparação:

Dissolva a base para molho de cogumelos com as natas. Reserve. Pele as batatas e corte em rodelas finas como se fosse fritá-las. Salpique o fundo de um pirex ou uma travessa de barro com um pouco de molho e comece a dispor uma camada de batatas ligeiramente sobrepostas umas sobre as outras. Volte a colocar um pouco de molho e repita esta operação para que fique com pelo menos quatro camadas de batatas. No final com a maior parte do molho regue última camada. Leve ao forno 30 a 45 minutos a 185º.

Se cortar as batatas mais finas e fizer mais camadas ficará mais interessante. No final as batatas devem ficar com um aspecto de bem assadas, quase a desfazerem-se.

Sirva acabado de sair do forno directamente da travessa ou então corte quadrados e disponha nos pratos. Na minha foto decorei com um quadrado de cebolinho e uma folha de coentro. Deixo-vos ainda mais três fotos das fases intermédias da preparação.

E... se um dia passarem por Lyon não deixem de visitar a cidade velha e ir aos restaurantes que ficam junto à entrada do funicular que sobe para a Basílica de Notre Dame de Fourvière, talvez o monumento mais emblemático da cidade num ponto alto donde de tiram umas fotos fantásticas. Aproveitem e visitem a cidade de "Vienne" a 43 Km a sul de Lyon. Parece Viena (da Áustria) mas não é. É em França. Vai-se de comboio (30 minutos) a partir da gare de Perrache. Vienne também está junto a um rio, tem anfiteatros romanos e templos romanos (como o nosso de Évora) dentro da cidade. A Easyjet tem voos baratos para Lyon, desde que compre com muita antecedência ou aproveite as campanhas que fazem três a quatro vezes por ano com 25% de desconto nas tarifas. Lyon não é cidade para se estar uma semana mas pode fazer várias visitas a partir de lá, por exemplo a Vienne ali tão perto, Marselha ao sul, na Suíça Geneve a este. O comboio é um excelente meio de deslocação, rápido, frequente e sem ser muito caro (excepto os TGV).

Então, aceitam ir a Lyon provar as verdadeiras batatas Lyonesas? 



sexta-feira, 11 de junho de 2010

Mandioca com Açafrão das Índias e Algas Japonesas


O que é que a África tem a ver com a Índia e o Japão? Podem ter várias coisas em comum ou mesmo nada. Neste meu prato juntei os três.

Ingredientes:

1 mandioca média
1 colher de chá (cheia) de pó de açafrão das Índias
1 lata pequena de leite de coco
algas secas de preferência Japonesas
cominhos q.b.
sal

Preparação:

Adquiri algas Hijiki, de origem Japonesa. Encontram-se nas secções de dietética ou em lojas especializadas tipo "Celeiro Dieta". As algas são colocadas 30 minutos de molho e cozidas 15 a 20 minutos nessa água. As Hijiki ficam com aspecto de esparguete.

Coza a mandioca cortada em cubos em água com sal. A cozedura é idêntica à das batatas, talvez até mais rápida. Não deixe demasiado tempo caso contrário ficará desfeita.

Deite o leite de coco numa panela ou frigideira anti-aderente. Ligue o lume. Num pouco de leite de coco dissolva bem o pó de açafrão. Junte ao resto do leite. Quando estiver quente adicione a mandioca e tempere com cominhos a gosto. Rectifique o sal. Deixe apurar um pouco. É preferível deixar a mandioca al dente uma vez que no molho de coco acabará por finalizar a cozedura.

Sirva em taças individuais e disponha as algas frias por cima para fazer contraste de cores.

Três ingredientes aparentemente sem qualquer relação até entrarem nesta minha cozinha... sem tabus.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Risotto de Salmão com Espargos


Gosto de espargos frescos e este é um dos pratos onde mais os uso.

Ingredientes: (para 3 refeições)

1 molho de espargos frescos
3 punhados de risotto
400 gr de salmão em cubos
1 caldo de legumes (usei os novos Knorr Natura que me ofereceram numa promoção)
1 cebola média
azeite

Preparação:

Pique a cebola finamente e leve alourar com azeite. Junte o risotto sem lavar de deixe absorver a gordura mexendo com uma colher-de-pau.

Adicione as pontas dos espargos e alguns bocados de talo logo a seguir às pontas. Junte água quente e o caldo de legumes. Verifique o tempero de sal e deixe cozer em lume brando. Gosto que fique malandrinho com algum líquido.

Não vos indico a quantidade exacta de arroz e de água porque faço essas medidas sempre "a olho". Para o arroz, coloco uma mão em concha e encho de arroz, essa medida dá para uma pessoa. Se tiver 5 convidados é só atirar 5 mãos de arroz para a caçarola. A água também deito a olho, a intuição culinária manda-me parar quando já é suficiente.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Bolo de Alfarroba, Amêndoa e Gila, Decorado Com Tiras de Mandioca.




 


Este bolo foi a minha oferta surpresa a uma colega de trabalho que teve o seu último dia connosco na semana passada. Ela, a mais nova de todos, nós abraçou outro projecto profissional. Para pena de alguns, vamos ter muitas saudades dela. Existem pessoas que não nos esqueceremos e irão ficar sempre nossas amigas. Ela é uma delas.

Habitualmente vários colegas almoçamos no próprio local de trabalho as refeições que levamos de casa nas nossas lancheiras e marmitas. Com o enorme aforro económico e com as refeições preparadas por cada um, ainda mais com alguns com veia culinária como eu... lá vamos passando a nossa hora de almoço dizendo uns dispares e desabafando uns com os outros.

O bolo foi enorme (tabuleiro de 40 cm x 24 cm). Levei-o no tabuleiro e meia hora antes do almoço fui para a copa fazer a montagem. Alguns colegas que passavam deviam-me achar com ar de Marciano completamente absorvido a preparar a surpresa.

Fantástico foi a cara dela quando entrou, não queria acreditar. O almoço (das nossas lancheiras) foi fantástico e no final houve bolo para 20 e tal pessoas. Foi muito elogiado sobretudo porque parece chocolate e na realidade é farinha de alfarroba. As letras são de pasta de açúcar as quais tive de cortar com alguma paciência para saírem perfeitas.

A receita:

A África veio até ao Algarve...

Bolo de alfarroba, amêndoa e gila, decorado com tiras de mandioca.

Aproveitando o melhor dos ingredientes nacionais, com o toque sublime desse fruto pouco conhecido a alfarroba, proponho um bolo diferente. Com um sabor a descobrir e para encantar os seus convidados com uma espectacular decoração, mãos à obra!

Ingredientes: (para um bolo grande), para um bolo normal faça a receita com metade das quantidades.

- 10 ovos
- 500 gr. açúcar
- 165 gr. farinha de alfarroba (adquire-se em ervanárias ou nas secções de dietética dos hipermercados)
- 420 gr. de amêndoa moída (com pele)
- 420 gr. de doce de gila (dois frascos de 340 gr. tipo “Casa de Mateus”, inclui a quantidade para o bolo
   e para a decoração)
- 3 colheres de sopa de canela
- 6,5 colheres de sopa bem cheias de margarina derretida
- 6,5 colheres de sopa bem cheias de farinha de trigo
- 2 colheres de sopa de fermento em pó
- 1 mandioca média para decoração
- mel a gosto
- fios de ovos para decoração (opcional), vendem-se frescos em pequenas embalagens de 100 ou 200 gr.

Preparação:

Com uma colher de pau, bater ligeiramente os ovos inteiros com o açúcar. Juntar a margarina derretida, as farinhas misturadas (farinha de trigo, farinha de alfarroba, a canela e o fermento em pó) e os restantes ingredientes (a amêndoa e a gila). Do doce (por exemplo de dois frascos de 340 gr.) reserve 1/2 frasco para finalizar na decoração. Envolva suavemente com a colher de pau. Se verificar que a massa está muito consistente, adicione um pouco de leite.
Vai a cozer em forma redonda sem buraco no meio ou em tabuleiro rectângular untados e forrados com papel vegetal. Tempo estimado de cozedura em forno médio 25 a 30 minutos. Picar com um palito até que não venha massa pegada.

Decoração:

Enquanto o bolo coze, descasque a mandioca (adquire-se facilmente nos hipermercados junto às frutas e legumes). Com um descascador de cenouras, faça ripas finas de mais ou menos 8 a 10 cm de comprimento. Frite umas quantas tiras de cada vez em óleo que não esteja muito quente para evitar que fiquem com cor acastanhada. A fritura é rápida e as tiras devem ser retiradas assim que adquiram a consistência de batata frita, com o cuidado de não as deixar ficar acastanhadas (o que dá um desagradável sabor a queimado). Reservar as tiras de mandioca em cima de papel absorvente. Num prato ou travessa dispor as tiras e depois de frias e cobri-las com um fino fio de mel, de forma a que fiquem todas bem impregnadas.


Montagem do bolo:

Depois de retirado do forno e já morno, espalhar com uma colher toda a superfície do bolo com o doce de gila que reservou. Vai dar um ar brilhante ao bolo com ligeiros fios de gila a revelarem-se. Disponha generosamente as tiras de mandioca com mel num pequeno monte a partir do centro do bolo. Se tiver, coloque algumas amêndoas com casca no topo à sua volta do bordo. Na travessa disponha pequenos montes de fios de ovos encostados às paredes do bolo. No bolo da foto não usei fios de ovos e coloquei tiras de mandicoca à volta.

Se optar por efectuar o bolo em tabuleiro grande rectangular, decore com uma ou duas alfarrobas secas (se as conseguir obter), algumas amêndoas com casca, e utilize as tiras de mandioca deitadas em cima do bolo dispostas em forma de xadrez, a fazer um entrançado.

Vai surpreender os seus convidados com a decoração do seu bolo. Vão pensar que se trata de chocolate, ouças as reacções e os elogios, só depois revele o seu ingrediente mistério! Bon appetit! Fica húmido muito apetitoso.

Uma sugestão de apresentação para um bolo menor em forma redonda:



Curiosidades da alfarroba:

“Do fruto da alfarrobeira tudo pode ser aproveitado, embora a sua excelência esteja ainda ligada à semente donde é extraída a goma, constituída por hidratos de carbono complexos (galactomananos), que têm uma elevada qualidade como espessante, estabilizante, emulsionante e múltiplas utilizações na indústria alimentar, farmacêutica, têxtil e cosmética.

Mas a semente representa apenas 10% da vagem e o que resta - a polpa - tem sido essencialmente utilizado na alimentação animal quando, devido ao seu sabor e características químicas e dietéticas, bem pode ser mais aplicado em apetecíveis e saborosas preparações culinárias.”



A alfarroba é consumida como substituta do chocolate, com aparência idêntica e sabor mais suave. A alfarroba é uma vagem comestível, semelhante ao feijão, de cor castanha e sabor adocicado, que mede em torno de 10 a 20 cm. Dentro dessa vagem encontram-se de 10 a 16 sementes ou quilates. A semente da alfarrobeira foi, durante muito tempo, uma medida utilizada para pesar diamantes. A unidade quilate (carat) era o peso de uma semente de alfarroba. E uma das suas características únicas é o seu peso ser sempre igual! A alfarrobeira é nativa da costa mediterrânica e encontra-se presente em toda a região do Algarve, tal como as amendoeiras.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Caixinhas de Espinafres com Ovos de Codorniz


Uma entrada simples e rápida. Com os ingredientes do costume faça algo diferente.

Ingredientes: (para 4 entradas)

2 embalagens de espinafres lavados e cortados
1 clara de ovo
1 colher de chá de molho pesto
4 ovinhos de codorniz

Preparação:

Deite os espinafres numa caçarola com um fio de azeite. Saltei ligeiramente só até murcharem um pouco.

Com a vara de arames bata só um pouco uma clara de ovo. Junte o molho pesto e misture bem. Junte os espinafres ligeiramente salteados. Tempere com sal, mas não se esqueça que o molho já tem sal.

Leve ao forno numa forma quadrada ou rectangular pequena, de preferência se tiver louça miniatura é o ideal. Coza durante uns 10-12 minutos.

Desenforme e com cuidado corte em quatro cubos com uma faca afiada.

Coza em água a ferver com um pouco de sal quatro ovinhos de codorniz durante quatro minutos. Arrefeça os ovos em água fria e descasque em seguida.

Coloque metades ou o ovo inteiro em cada cubo de espinafres. Sirva morno.

domingo, 6 de junho de 2010

Cogumelos Salteados com Mangericão


A estes cogumelos também poderia chamar "Cogumelos à Bulhão-Pato", aliás, costumo fazê-los. É tudo igual às ameijoas só que em vez delas entram cogumelos pleurotus.

Nesta receita não há coentros pelo que já não é um à Bulhão-Pato. Ficou então como cogumelos salteados com manjericão.

Em azeite saltei os cogumelos e a meio da cozedura junte algumas folhas frescas de manjericão . Desligue o lume após salteados e junte sumo me limão .

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pãezinhos Tostados com Azeite e Pasta de Pimentos


Que tal entreter o estômago com estes pãezinhos enquanto prepara o seu jantar, ou apresentá-los como entrada em alternativa ao pão-de-alho?

Ingredientes: (para 3 pessoas)

3 pãezinhos frescos
1 pimento vermelho assado de conserva
3 azeitonas verdes descaroçadas
azeite

Preparação:

Triture o pimento com as azeitonas até ficar um puré espesso. Corte os pãezinhos ao meio e leve-os ao forno na opção grill, três minutos de cada lado, terminado na parte cortada. Não os deixe ficar tostados mas devem ficar firmes.

Passe-os por azeite e em seguida com uma faca barre-os com a pasta de pimento. Sirva de imediato ainda quentes.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Maria Mole


Eu chamo à "Maria Mole" a gelatina dos Brasileiros. Nem sempre temos de fazer tudo e sermos uns reis da cozinha e umas fadas do lar. Há coisas que a indústria agro-alimentar se encarrega de nos pôr à disposição. A "Maria Mole" chama-se mesmo assim, é uma caixinha pequena tipo embalagem de gelatina. Já se encontra com alguma facilidade em alguns supermercados. A origem e fabricante são do Brasil. Existe de morango, coco, coco queimado, simples e provavelmente haverá mais.

Prepara-se de forma muito simples, juntando uma determinada quantidade de água a ferver (que agora não me recordo, vem sempre nas instruções, mas penso que são 250 ml.) ao pó da saqueta. Bate-se em seguida com a batedeira uns 5 minutos até ficar tipo umas claras em castelo. Vai crescer nitidamente.

Passe um pouco de óleo num tabuleiro de pirex rectangular e deite a "Maria Mole" alisando-a. Leve ao frigorífico por umas horas. Com uma faca afiada corte tiras na vertical e depois na horizontal de forma a que fique com cubos ou pequenos rectângulos. Com a ajuda de uma colher ou de uma espátula retire-os do pirex e passe-os bem por coco ralado. Disponha numa travessa em forma de pirâmide. Pode ainda decorar com alguns confetti.

É ideal para festas de crianças, elas adoram! A não perder pelos admiradores de coco. Fica muito fofo e quase que parece uma goma, daí a atracção das crianças por esta guloseima.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Nuvem de Cerejas





Aqui  vai a minha primeira invenção do ano com cerejas. Apeteceu-me algo bem carregado delas. No Sábado meti mãos à obra e sem quaisquer consultas imaginei isto, a que chamei "Nuvem de Cerejas". Na realidade esta receita é uma adapatação do molotoff. Como publiquei na semana passada a receita original, embora o da foto já tivesse mais algum tempo na barriga dos que o comeram, serviu de inspiração para a nuvem.

As adaptações: em vez do caramelo misturado com as claras usei o líquido de uma redução das cerejas com açúcar. O pseudo-molotoff ficou com uma cor de mirtilo. Com os divinos frutos fiz a cobertura. Vamos à receita.

Ingredientes:

10 claras de ovo
10 colheres de açúcar para as claras
10 colheres de açúcar para as cerejas
750 gr de cerejas
50 ml de água
2 colheres de açúcar + 1 colher de água para a redução final da cobertura

Preparação:

Usei uma forma de 26 cm de diâmetro sem buraco no meio ao contrário do que é habitual nos molotoff. A forma foi barrada com manteiga.

Comecei por lavar as cerejas e retirar o pezinho. Com uma faca dei um corte ao alto em cada uma. Juntei 10 colheres de sopa de açúcar e os 50 ml de água. Leve em lume brando até cozer as cerejas sem as desfazer para que o líquido reduza e fique ligeiramente espesso. Ao fim de uns 20 - 25 minutos deverá ficar com um máximo de 50 ml desse xarope de cereja.




Entretanto ao mesmo tempo bata as 10 claras em castelo firme junto com as 10 colheres de açúcar, tal qual como se estivesse a fazer um molotoff normal (veja aqui a receita). Num passador de rede coloque as cerejas e aproveite o líquido que escorreu. Junte às claras e misture com uma colher-de-pau. Vai ficar com uma cor que me fez lembrar de imediato os mirtilos. Despeje na forma e alise bem.




Se seguir à risca as minhas dicas para confeccionar um molotoff, garanto-lhe que o dito não reduz drasticamente para pena de muitos gulosos. Depois de desenformar ficou assim.



Entretanto vem a parte mais penosa da receita. Com muita paciência retire os caroços de todas as cerejas, com a ajuda de uma faca ou simplesmente fazendo alguma pressão com os dedos. O caroço salta naturalmente. Volte a colocar as cerejas no tacho com mais duas colheres de açúcar e uma colher de água. Ligue o lume e faça uma nova redução, desta vez mais rápida (uns 5-7 minutos). Deverá obter algum líquido para que possa escorrer um pouco pelas paredes da nuvem de cerejas. No meu caso tinha um restinho de uma mistura de frutos silvestres que andavam no congelador sem destino. Juntei-os nesta redução final. Mas no essencial a cobertura é 95% de cereja.

As três primeiras fotos falam por si. Servi bem fresco e os meus convidados adoraram. Até eu fiquei surpreendido. Ficou enorme, pensei que me ia sobrar "Nuvem de Cerejas" para o resto da semana!!! Dá perfeitamente para 8-10 pessoas com uma fatia bem avantajada por conviva.

Uma opinião final: não é enjoativo e não ficou muito doce, a cereja sobressai. O líquido vermelho que juntei nas claras nota-se pouco em sabor mas ganha na cor de mirtilo como referi no início da receita. Experimentem e digam como foi a vossa experiência nas... nuvens. Um abraço a todos os visitantes desta cozinha... sem tabus. 
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